VÍNCULO 1580 – Continua mais vivo do que nunca um dos símbolos mais conhecidos da devoção a Santo Antônio: o pãozinho. “Sinal de bênção, partilha e fartura”, ele é distribuído aos fiéis todas as terças-feiras no Convento Santo Antônio, localizado no Largo da Carioca, ao lado do Edifício de Serviços do BNDES no Rio de Janeiro.
Mas desde maio de 2023, uma novidade começou a fazer diferença em tudo o que envolve o símbolo religioso e a própria manutenção do Convento. O pãozinho de Santo Antônio começou a ter fabricação própria, junto com a feitura de outros três pães maiores – o “Cuca” (doce), de 600g, o “Trança” (também doce), de 500g, e o “Salgado”, de 500g – todos sem conservantes, mantendo uma tradição de mais de 100 anos em conventos franciscanos.
Sob a responsabilidade do Frei Walter Ferreira Junior, o guardião do Convento, os pães são fabricados todos os dias pela manhã, a tempo de estarem disponíveis para os fiéis que participam das missas que são celebradas de segunda a domingo. Foi o próprio frei que se empenhou em montar uma pequena estrutura para a fabricação do abençoado alimento, contando com a ajuda de benfeitores, voluntários e colaboradores. A equipe da “padaria” do Convento conta com dois freis e três funcionários. Segundo o Frei Walter, há mais de 30 anos o pão não era feito no próprio Convento.
Os pães doces custam R$ 20,00, cada, e o pão salgado, R$ 15,00. De acordo com Frei Walter, são fabricados 500 pães por mês, com renda que ajuda na manutenção do Convento. “Foi a saída que encontramos para reverter um quadro de déficits mensais que chegavam a 15, 20 mil reais. Hoje, estamos em equilíbrio, mas esse trabalho precisa continuar”.
A fabricação própria também evita que o Convento tenha que adquirir em padarias os pãezinhos que são distribuídos aos fiéis. “Só para a Festa de Santo Antônio, no ano passado, fizemos 26.000 pães”, conta o frei.
Além dos pães que são distribuídos às terças-feiras e dos pães maiores, o Convento também prepara pequenas lembranças – pãezinhos que as pessoas compram para ter em casa, muitas delas com o costume de colocá-los em vasilhas de arroz para que não falte alimento no lar.
Os pães de Santo Antonio – “Cuca”, “Trança” e “Salgado” – podem ser reservados por meio do WhatsApp 21 984207845. Os pães são entregues na portaria do Convento, ao lado da igreja (entrada pelo túnel que dá acesso ao elevador). O pagamento dos pães e doações podem ser feitos pelo Pix (CNPJ): 62340203000346.
“Gostaríamos de contar com a colaboração dos funcionários do BNDES para a manutenção desse patrimônio tão importante para a cidade do Rio de Janeiro, que já tem quase 416 anos de história. A manutenção do Convento é muito pesada, muito cara, e a gente precisa dessa ajuda, dessa parceria. Se você doar 15 reais, nós te damos um pão salgado; se doar 20 reais, nós te damos um pão doce; mas nada impede uma doação maior, colaborando assim para a manutenção do nosso Convento; e que Deus abençoe a todos!” – Essa foi a mensagem do Frei Walter à comunidade benedense por meio do VÍNCULO.
Redes sociais – Mais informações sobre o Convento Santo Antônio estão disponíveis no Instagram e no Facebook. As missas são transmitidas ao vivo no Facebook e em canal no YouTube.
A história do Pãozinho de Santo Antônio
“A história do Pão de Santo Antônio remonta a um fato curioso que é assim narrado: ‘Antônio comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros, quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer: os pães tinham sido roubados’.
Atônito, foi contar ao santo o ocorrido. Este mandou que verificasse melhor o lugar em que os tinha deixado. O irmão padeiro voltou estupefato e alegre: os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades e aos pobres do convento.
Até hoje na devoção popular o ‘pãozinho de Santo Antônio’ é colocado, pelos fiéis nos sacos de farinha, com a fé de que, assim, nunca lhes faltará o de que comer.
Mais do que a lenda da origem do ‘Pão de Santo Antônio’, importa perceber toda a riqueza do seu simbolismo. Sem dúvida ele revela toda a riqueza da dimensão apostólica da vida de Santo Antônio” – Extraído da Revista “Grande Sinal”, autoria de Frei Alberto Beckhauser.