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 “Relação de Poder, Gênero e Assédios” em debate no BNDES

Atividade foi promovida pela CIPA/BNDES, com apoio da ARH e da Comissão de Prevenção e Combate ao Assédio e à Discriminação da AFBNDES

Na tarde da última quinta-feira (24), foi aberto espaço, no Auditório Reginaldo Treiger, para evento sobre “Relação de Poder, Gênero e Assédios”. A palestra, que lotou o auditório e contou com a presença virtual de aproximadamente 150 pessoas, foi organizada pela CIPA/BNDES, com o apoio da Área de Recursos Humanos do BNDES e da Comissão de Prevenção e Combate ao Assédio e à Discriminação da AFBNDES.

Participaram da atividade a diretora Helena Tenório, o presidente da CIPA/BNDES, Bruno Malburg, e a coordenadora da Comissão da AFBNDES, Lígia Frias.

Helena Tenório abriu o evento contando sobre como foi impactada pela exposição “Diálogo no Escuro”, em cartaz no Museu Histórico Nacional, que apresenta uma instalação multissensorial que permite que os visitantes tenham a experiencia de vivenciar o mundo como as pessoas não videntes. Inspirada pela mostra, a diretora aproveitou para se descrever: “Sou uma mulher, branca, cabelos escuros na altura do ombro e estou vestida com uma blusa lilás”.

Helena finalizou falando sobre o papel do BNDES para o fortalecimento das pautas de inclusão e pertencimento: “Eu gostaria muito que a gente fosse uma instituição exemplar, nós já começamos a dar os primeiros passos para isso. A nova Administração já colocou mais mulheres na diretoria e nos cargos de superintendência. Nós temos um projeto corporativo de diversidade, com várias comissões. Não é uma pauta fácil, não esperem soluções rápidas e mágicas, mas estamos avançado”.

Bruno Malburg falou sobre o papel da CIPA na prevenção e no combate ao assédio moral e sexual: “No ano passado foi aprovada a lei 14.457, que cita uma nova atribuição para as CIPAs. A lei fala que as Comissões devem adotar medidas de prevenção e combate ao assédio sexual e outras formas de violência no âmbito do trabalho. A lei também prevê a inclusão do tema nas práticas da Comissão e a realização, no mínimo a cada 12 meses, de ações de capitação, orientação e sensibilização dos empregados de todos os níveis hierárquicos sobre temas relacionados à violência, ao assédio sexual e moral, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho”.

Malburg finalizou dizendo que diante da nova lei, a posição da CIPA no BNDES será de acolhimento e orientação, uma vez que o BNDES já tem canais oficiais de ouvidoria e corregedoria para casos de denúncias de assedio e casos relacionados à violência no trabalho.

Lígia Frias agradeceu a colaboração de todos os envolvidos para que o evento ocorresse e contou como surgiu a Comissão abrigada na Associação: “Nossa Comissão surgiu, originalmente, no final de 2022, com o grupo das BenedensAs e, muito recentemente, em julho desse ano, a AFBNDES aprovou que o grupo específico de prevenção e combate ao assédio e à discriminação se tornasse uma comissão autônoma da ‘AFDiversidade’. Desde então, nos debruçamos sobre o assunto e realizamos conversas com alguns especialistas externos, assim como com os principais agentes internos relacionados aos temas: a Ouvidoria, a CIPA, a Comissão de Ética e a Corregedoria. Conversamos também com a FAPES e com a ARH. A partir desses encontros, entendemos que há ainda um caminho longo para percorrer com relação aos temas do assédio moral e sexual, especialmente se comparado ao que já está sendo feito e pensado no setor privado e também no setor público”.

Lígia ressaltou que o BNDES já oferece ferramentas que contribuem para a evolução dos temas: “Precisamos, evidentemente, aprimorar os seguintes pontos: as medidas de mapeamento, de monitoramento e de análise dos dados de pessoal que já produzimos todos os anos no âmbito do Banco e da FAPES; os mecanismos de cooperação entre gestores, ARH e as instâncias de apuração para uma melhor gestão dos conflitos internos; o acompanhamento da questão junto aos estagiários e terceirizados; e a ampliação dos treinamentos e de ações de comunicação a respeito do tema”.  Esses pontos foram enumerados e reunidos em uma carta que foi entregue a diretora Helena Tenório após o evento.

Segundo Lígia, durante a trajetória da Comissão já ficou claro que a prevenção e o combate ao assédio não possuem como caminho principal a vertente punitiva: “É importante e precisa ser fortalecida, mas não é suficiente. Para garantir um ambiente de trabalho salubre e seguro, é imprescindível que a instituição oriente sobre a conduta esperada das pessoas que fazem parte de seu ecossistema, patrocinando práticas educativas, preventivas e ajustadas às suas especificidades”.

A palestra com o objetivo de sensibilizar o público para as pautas de masculinidades, parentalidades, violências de gênero e assédios (moral e sexual) foi conduzida por Marcelo Correia e Rafael Stein, do Coletivo Ser Cabra Macho. A dupla apresentou dados alarmantes sobre a violência contra as mulheres e a população LGBTQIA+.

 –  1.400 feminicídios em 2022.

– O Brasil é o país que mais mata a população LGBTQIA+

– São 822 mil casos de estupro por ano. Cerca de 2 casos por minuto.

– 76% das mulheres brasileiras já foram vítimas de violência ou assedio no trabalho.

– Os homens se suicidam 4 vezes mais que as mulheres no Brasil.

– 46% das mulheres sofreram assédio sexual no Brasil em 2022.

– 74% das mulheres afirmam ter sofrido assédio ou preconceito na vida profissional.

– O assédio moral foi a denúncia mais feita no Brasil nos últimos 10 anos.

Marcelo e Rafael já apresentaram essas informações em diversas empresas com o objetivo de oferecer arte e educação como instrumentos de transformação.

No final do evento, os palestrantes comandaram uma roda de conversa que foi marcada por relatos voluntários sobre temas relacionados ao assédio, abuso da relação de poder e preconceitos no ambiente de trabalho.

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