VÍNCULO 1448 – A AFBNDES participou nesta sexta-feira (2) de reunião com o Subcomitê de Contingência, responsável pelo comunicado do dia 26 de junho, que deu conhecimento aos empregados da intenção da diretoria do BNDES (que funciona também como Comitê de Contingência) de iniciar a volta ao trabalho presencial a partir de setembro.
O Subcomitê de Contingência esteve representado pelos superintendentes Rodrigo de Aquino (APEC), Maurício Neves (ASN), Fernando Lavrado (ATI) e Carlos Frederico Rangel de Carvalho Silva (AIC), coordenador do colegiado.
Na reunião ficou combinado que a diretoria da AFBNDES encaminhará na próxima semana uma lista de questões a serem respondidas pela administração, além de sugestões quanto a procedimentos, protocolos e propostas de cronograma e ocupação máxima do Edserj para a retomada do trabalho presencial. A Associação utilizará, entre outras, as sugestões e questões que surgiram na live de segunda-feira (28).
Os integrantes do Subcomitê asseguraram que há convergência com a AFBNDES no sentido de que a prioridade é a retomada do trabalho presencial com atenção total à preservação da saúde e da vida dos empregados do BNDES. Afirmaram o compromisso com melhores práticas e respeito às normas legais vigentes sobre trabalho na pandemia. E reafirmaram o entendimento de que o calendário está sujeito a modificações decorrentes da evolução da pandemia.
Alguns pontos foram antecipados pela AFBNDES na reunião.
Argumentamos que para que o comunicado divulgado pelo Subcomitê cumprisse o propósito de realmente preparar os empregados com antecedência, o mesmo teria que conter mais informações sobre as condições do retorno.
No nosso entendimento, o retorno ao trabalho presencial teria que ser pensado num amplo horizonte de transição – de duração de um ano. Ao menos nesse período, o Banco deveria considerar o funcionamento de um regime híbrido, com os empregados tendo até três dias de teletrabalho.
A previsão quanto aos protocolos deveria ser a mais exaustiva possível, considerando questões como utilização de elevadores e banheiros, ocupação máxima dos andares, testagem frequente, espaço de garagem, refeitório etc. Consideramos também essencial a obrigatoriedade da vacinação e o uso de máscara para os empregados do Banco e terceirizados que venham a trabalhar no Edserj. Os critérios e protocolos seriam extensivos aos visitantes.
O planejamento deveria prever também o afastamento de empregados com comorbidade ou com membros do núcleo familiar em situação semelhante.
Por mais esforço que se faça quanto à previsão de procedimentos, surpresas são sempre possíveis. Por isso é fundamental que o retorno à ocupação do prédio do Banco seja feito de forma gradual. Cada nova etapa de ocupação deve ser realizada a partir do exame da experiência concreta da etapa de ocupação anterior.
A AFBNDES pediu também um relatório sobre o desempenho do Banco no regime de teletrabalho. Por exemplo: o desempenho dos empregados está acima, abaixo ou dentro do histórico? O desempenho dos empregados precisa ser comparado com os riscos trazidos pelo trabalho presencial, tendo em vista as condições estruturais do Edserj (ventilação, sistema de ar-condicionado etc.).
Segundo as informações fornecidas pela própria administração em eventos e apresentações, o trabalho do BNDES se mostrou bastante adaptável ao teletrabalho. Por outro lado, na live de segunda-feira vários colegas apresentaram questionamentos fundamentados sobre possíveis dificuldades de o Edserj proporcionar um ambiente com as condições sanitárias adequadas.
Tudo isso reforça nosso diagnóstico de um retorno bem gradual, com a previsão de regime híbrido.
Claro que, para além das imposições de segurança sanitárias colocadas pela pandemia, uma análise do experimento do teletrabalho em mais de um ano e meio de funcionamento do BNDES poderia constituir, a bem da instituição e de seu corpo funcional, base suficiente para a proposição de um regime híbrido de longo prazo.
Como já afirmamos em editorial passado, essa deveria ser a tarefa sobre à qual deveríamos estar debruçados na negociação do Acordo de Jornada de Trabalho (AJT). Será possível tal encaminhamento dado o que conhecemos da atual administração?