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Intensificando o combate ao Sistema de Pontos

VÍNCULO 1493 – A implementação do Sistema de Pontos com curva forçada no BNDES é uma síntese do que a atual administração representa. Em primeiro lugar, o amadorismo. São uns voluntaristas, despreparados. Vergonhosamente despreparados para os padrões do BNDES. Em segundo lugar, a truculência. Não vacilam em usar a força, destituições e cooptação via promoções, para executar a tarefa que foi definida. Em contraste, pouco ou nenhum recurso foi alocado para preparar o projeto, dialogar internamente e convencer os empregados e executivos da correção das medidas ou, alternativamente, adaptá-las ao retorno de escuta na Casa. Na sua cruzada, movida pela visão preconceituosa a respeito dos empregados de empresas públicas, tudo o que era necessário era o poder para implementar a fórceps o novo sistema de avaliação de desempenho, na verdade, dado os objetivos da administração, o novo sistema disciplinar ou correcional.

O resultado foi um desastre completo. O processo aprofundou o desgaste entre equipes de trabalho, levou à destituição de executivos competentes e afastou ainda mais o corpo funcional da atual diretoria. Isto tudo para não alcançar nada.

Diante do evidente desastre, dão sinais de recuo. Nas apresentações que começaram a fazer na Casa, aparentemente alguns aspectos do Sistema de Pontos estão sendo alterados.

Tais apresentações começaram a ser feitas na véspera da nossa AGE, que aprovou ontem, por amplíssima maioria (680 votos), a decisão de recorrermos à Justiça para derrubar esse odioso sistema de avaliação.

Prometemos na negociação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nos últimos dias de 2021, que iríamos agir contra o Sistema de Pontos com curva forçada, e estamos cumprindo o que prometemos. A negociação da PLR em 2021 não foi um recuo. Foi a escolha de uma tática de combate. Aceitamos a curva forçada apenas para aquela PLR. Ela foi explicitamente expurgada de futuros acordos, com o reconhecimento de que o Sistema de Pontos foi repudiado pelos empregados e não demos anuência à utilização da curva forçada para qualquer outra aplicação. Por isso nossa ação é absolutamente legítima.

Lembramos também que durante a negociação da PLR abrimos uma negociação extraordinária relativa ao Acordo Coletivo de Trabalho assinado em 2020, incluindo uma proteção fundamental na cláusula de estabilidade: nenhum método de curva forçada pode ser utilizado para determinar insuficiência de desempenho na Casa.

Diferentemente do discurso da administração do Banco, que dizia que havia um impedimento lógico ao uso da curva forçada para determinar insuficiência de desempenho e eventualmente demissão, a realidade do uso dessa “curva”, de fato seu uso mais estabelecido, é exatamente como regra para demitir pessoas! Talvez seja o mecanismo mais usado em grandes corporações para demitir trabalhadores. E nosso acordo agora nos protege desse instrumento que pode ser usado para demissões em massa.

Outros aspectos do uso da curva forçada, como vários colegas apontaram, são hoje deplorados até pelo setor privado. Só mesmo o despreparo e o preconceito para com os empregados de empresas estatais podem explicar o anacronismo de se tentar implementar esse método de avaliação no BNDES

Um outro aspecto importante da aplicação da curva forçada é que não se tratou de uma filosofia criada apenas no BNDES. De forma nada transparente, a administração não deixou claro que a adoção da curva forçada era um componente de estratégia geral administrativa do atual governo para as estatais e o serviço público. Assim, tentaram implementar a curva forçada na reforma administrativa e em outros bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal.

Reforçando nossa expectativa de êxito na Justiça, tivemos notícia de uma vitória judicial importante na Casa da Moeda contra a curva forçada. Portanto, a luta dos trabalhadores do BNDES é também a luta dos trabalhadores de outras empresas públicas.

Ainda temos várias batalhas pela frente. Nosso sucesso não será conquistado com recuos, muito pelo contrário. Durante os últimos três anos, a AFBNDES não admitiu baixar a cabeça diante dos ataques mais audaciosos dessa administração. Não faremos isso agora.

A agressividade do ataque contra nossos direitos está hoje nas mãos de colegas benedenses. Se há algo que pode tornar menos amargas nossa luta e nossa resistência é a consciência desses colegas. A consciência de que fazem parte do BNDES – e agir contra seus colegas da forma como vêm fazendo caracteriza uma verdadeira traição. E não se enganem, os beneficiados podem amar a traição, mas ninguém sente outra coisa senão desprezo pelos traidores.

Associação dos
Funcionários do BNDES

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