VÍNCULO 1471 – Na quarta-feira (8), na Assembleia Geral Extraordinária que rejeitou a proposta da Administração do BNDES para o Acordo Coletivo da PLR 2021, os benedenses deram uma linda demonstração de unidade, de orgulho e de identificação com a instituição a que pertencem.
O resultado da AGE superou todas as expectativas! A unidade em torno do repúdio à proposta de PLR do Banco foi mais forte que a rejeição ao ACT em 2020. Incrível!
Nós, da diretoria da AFBNDES, nos sentimos extremamente honrados em representar os benedenses. O reconhecimento e o apoio que recebemos em mensagens do corpo funcional nos enchem de alegria.
Gostaríamos de agradecer a tanta gente que tomou iniciativas decisivas, sem as quais não teríamos o resultado contundente que tivemos. Começando pela turma que encheu as lives (a do dia da AGE reuniu 400 empregados). Hoje as pessoas acham pequenas reuniões virtuais com menos de 300 pessoas, mas esquecem que isso representa 2/3 da lotação do Auditório do Banco! Hoje temos o corpo funcional dividido: parte em casa, parte no BNDES, o que torna problemática a determinação do horário conveniente para todos. Além disso, tivemos os colegas que tomaram destemidamente posição pública em grupos de WhatsApp, os que pararam para escrever textos, os que ajudaram a divulgar nossos comunicados.
À Diretoria do BNDES gostaríamos de dizer que se vocês aceitarem nosso processo de negociação, podemos avançar muito, construir uma proposta de compromisso, convergir.
Os empregados do BNDES não são defensores dos que não trabalham ou dos que têm uma visão rebaixada do emprego público, como algo fácil e acomodado. Somos, sobretudo, defensores da nossa instituição e do serviço público qualificado. Queremos um BNDES modelo, uma instituição de referência.
A resistência dos empregados à “curva forçada” se deve à sua artificialidade, ao atropelo do gestor, à indução do cometimento de injustiças.
Um colega colocou bem o problema em mensagem enviada para nós:
“Estamos prestes a ter que preencher a tal curva forçada para valer e estou me sentindo muito mal. É como se eles te obrigassem a mentir, pois você precisa necessariamente alocar alguém nas faixas de performance abaixo da média e no caso do nosso departamento, não temos essas pessoas. O sistema me incentiva a desejar ter um funcionário que não trabalha só para ter alguém para colocar (justamente) nessas faixas. É uma coisa surreal”.
Ter que alocar, obrigatoriamente, colegas que desempenharam abaixo da média é um artificialismo, não só por constrangimento social, mas, fundamentalmente, pela consciência de que essas avaliações são subjetivas demais, que não temos elementos, informações, para fazer certas distinções que o sistema nos obriga a fazer.
É preciso construir um sistema que dê flexibilidade para o gestor. Que até permita que algum deles adote o sistema de “curva forçada”, mas que não obrigue todos os gestores a proceder dessa forma.
O atual GDI faz perguntas muito mais fáceis dos gestores responderem. O empregado atendeu ou não atendeu às expectativas do que foi objetivamente combinado? Existe alguém que teve um desempenho exemplar, que superou o combinado?
Essas são questões muito mais objetivas, respondê-las colocam os gestores em situação mais confortável, não porque eles queiram evitar constrangimentos, mas porque fundamentalmente são baseadas em critérios objetivos, em critérios que sabemos que podemos seguir com menos chance de cometer injustiças. Humanos não gostam de ser injustos (há, sim, uma natureza humana).
A Administração deveria, mas não é obrigada legalmente a negociar o sistema de avaliação de desempenho, desde que o mesmo respeite os princípios legais. Porém quando coloca esse sistema dentro de um Acordo com os empregados está obrigada a negociar. Dentro desse Acordo é fundamental ouvir o que os empregados têm a dizer (ter que explicar isso é meio constrangedor)! Eles têm algo concreto, que faz sentido, a acrescentar? Essas questões precisam ser enfrentadas pela Administração. Caso contrário, a negociação se transforma em imposição!
Se a Administração não tem respostas, deveria se abrir para a construção de uma alternativa de convergência. É o que estamos propondo. Poderíamos ter esse método pactuado esse ano. Se isso acabou não sendo possível, foi porque vocês deixaram para começar a conversar conosco a um mês do fim do prazo para fechar a negociação – segundo critério de vocês mesmos.
A Administração deveria entender que precisamos separar divergências e convergências. A AFBNDES nunca imaginou declarar ou propor uma guerra à Administração. Queremos, simplesmente, ter a possibilidade de divergir em alguns assuntos, e, eventualmente, divergir duramente em outros, e poder sentar à mesa e celebrar um Acordo sobre outros tantos tópicos. Foi o que fizemos com Administrações anteriores. Essa sempre foi uma prática histórica no BNDES.
Acreditamos que temos um caminho, que pode ser até bem rápido, para chegarmos a um acordo de compromisso. Vamos pacificar a discussão para 2022 e vocês terão um poderoso instrumento para garantir o alinhamento dos empregados com as metas estabelecidas pelo Conselho de Administração e pela Diretoria.
Parem de criar fantasmas, ou de dar ouvidos aos oportunistas que trocaram a escalada rápida por função alimentando a crença nesses fantasmas. Somos aliados na busca de aumentar a eficiência da Casa. Os empregados do BNDES nunca dariam ouvidos à Associação se agíssemos de outro modo.
Nossa esperança é sempre a de que vocês entendam que é preciso negociar. Que quem negocia não se enfraquece. E que a Casa vai saber reconhecer positivamente uma eventual mudança de atitude.
A Diretoria da AFBNDES não pretende ser a melhor amiga dessa Administração ou de qualquer outra. Somos ciosos da nossa independência. No caso de vocês, o terreno da divergência é realmente amplo e já bem estabelecido. Mas isso não quer dizer que não possamos encontrar convergências. Se a meta é aumentar a eficiência da Casa, somos todos ouvidos. Só pedimos que nos escutem de volta.
Vamos negociar e, quem sabe, gerar um mecanismo de incentivo que pode ser um legado permanente dessa gestão para o BNDES.
Note-se que negociar de verdade não é retirar uma proposta, como foi o caso da exclusão da proteção ao empregado em auxílio-doença. É a segunda vez que a Administração traz essa proposta à mesa de negociação para retirá-la em seguida e simular uma negociação, um avanço. Trata-se de orientação da SEST, segundo a Administração, mas que não foi seguida em nenhuma outra estatal. Trata-se de medida que já foi adotada no BNDES e depois excluída da norma de PLR por sua ineficácia e injustiça: punir quem está doente não ajuda em nada a atingir a meta pretendida.
O impasse do ACT de 2020, depois de meses de desgaste, foi resolvido em poucas reuniões, em clima amistoso e respeitoso (naquela oportunidade, com o auxílio de mediação). Tudo isso foi possível porque a Administração finalmente aceitou negociar.
Os advogados da AFBNDES protocolaram hoje (10) o pedido de mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Foi dessa forma que chegamos a um entendimento mínimo no ACT de 2020.
Urgente:
A Comissão dos Empregados tem recebido a informação de que a pressão da Administração sobre os gestores para a implementação à força de um sistema que fere sua autonomia e foi repudiado pela quase totalidade dos empregados está passando de todos os limites.
A AFBNDES informa aos gestores que estiverem sofrendo esse tipo de pressão que eles terão total suporte jurídico em sua defesa.