VÍNCULO 1524 – Acreditamos que começamos com o pé direito a relação com a nova administração do BNDES.
Uma mesa permanente de diálogo sobre questões trabalhistas e, especialmente, sobre questões estratégicas do Banco é uma grande vitória dos empregados organizados do BNDES. Mais do que isso, pode vir a ser um instrumento importante para o funcionamento do próprio Banco. Acreditamos muito nisso. Os técnicos contribuindo, alertando, sugerindo, questionando, numa estrutura complementar, mas independente à hierarquia do BNDES.
A sedimentação desse espaço institucional que vislumbramos com esse aceno do novo presidente pode dar nova dimensão à nossa tão preciosa autonomia técnica: dá a ela uma dimensão coletiva. Ainda tem muita coisa pela frente para chegarmos a efetivar e mesmo consolidar esse instituto, mas é importante deixar claro a importância da porta que se abriu e onde desejamos chegar.
A AFBNDES precisa consolidar essa posição de entidade que aglutina a massa crítica para mais do que simplesmente defender o BNDES que existe e seus empregados, mas também para pensar o BNDES que precisa existir em função da experiência com as realizações do passado e em função dos desafios colocados pelo futuro.
E a atual Diretoria da AFBNDES está comprometida em transformar a entidade para ela se tornar esse locus institucional, democrático e qualificado, aberto à pluralidade de visões dos empregados do Banco.
O primeiro documento entregue ao futuro presidente Aloizio Mercadante, na última segunda-feira, ainda numa fase de transição, cumpriu a importante função de abrir as portas para o diálogo com a Casa, além de mostrar que o nosso corpo funcional tem vontade e competência para contribuir com temas estratégicos. O referido documento tratou de vários tópicos como:
● o custo do funding do Banco;
● a relação entre o BNDES e o mercado de capitais como alternativa para o financiamento da infraestrutura (principalmente opondo a ideia de que o mercado de capitais possa ser um substituto ao BNDES);
● a atuação do BNDES na indústria, possíveis mudanças e alguns casos de sucesso recentes;
● alguns desafios para o Banco atuar com mais presença no comércio exterior;
● a atuação do BNDES em questões sociais e ambientais e seu papel na agricultura familiar;
● uma possível agenda para a BNDESPar;
● integridade (com ênfase na questão da chamada “porta-giratória”).
Nessas questões contamos com a colaboração de diversos colegas, com quem tínhamos iniciado uma conversa sobre transição no BNDES. As colaborações foram de colegas reconhecidos no Banco em seus respectivos campos de expertise. O nome dos colegas que colaboraram não foi divulgado no documento. Registramos aqui o agradecimento a esses técnicos que tornaram esse primeiro documento possível.
O documento foi propositalmente voltado para enfrentar questões polêmicas, desafios colocados pelo BNDES. São ideias e propostas para debate. Por se tratar de um documento preliminar e dada a pressão na mídia em torno do vínculo de Mercadante com ideias desenvolvimentistas – diga-se, de passagem, pressão dos mesmos que fizeram lobby pelo fim da TJLP, pela venda da carteira da BNDESPar, pela devolução dos aportes ao Tesouro, pela privatização da Eletrobras, pelo fim dos repasses constitucionais para o BNDES –, achamos por bem deixar por conta do novo presidente a sua divulgação. Não queremos que ele afete agora sua estratégia de apresentação e diálogo com a opinião pública.
Convidamos agora todos os empregados do BNDES a contribuírem com uma segunda e mais robusta versão do documento.
Cada contribuição – um texto conciso com diagnósticos e propostas sobre áreas de atuação do BNDES – pode ter autoria individual ou coletiva. Cada contribuição terá que ser voltada para tratar de um tema específico. Abaixo sugerimos uma lista de temas. O mais importante é que esses textos procurem desenvolver diagnósticos concretos de “desafios” enfrentados pelo BNDES e que a partir desse diagnóstico sejam encaminhadas sugestões ou propostas (em diferentes graus de detalhe) de enfrentamento dos mesmos. Encorajamos fortemente textos diretos, com uma abordagem de “solução de problemas”. Sempre que possível, contando com exemplos e/ou contraexemplos para ilustrar o diagnóstico e/ou embasar as propostas. A AFBNDES pode trabalhar depois na filtragem da informação antes da publicação.
O e-mail que receberá as contribuições é: transicao.bndes@afbndes.org.br.
Estaremos recebendo essas contribuições até 19 de janeiro. Dependendo do grau de participação, pretendemos condensar as sugestões para cada tema num documento único que serviria de base para um seminário que seria realizado nos dias 8 e 9 de fevereiro. Cada mesa do seminário seria dedicada a um dos temas e teria como subsídio os documentos condensados.
Sugerimos a seguinte lista não exaustiva de temas (claro que o tema pode ser um subconjunto dos apresentados abaixo):
● Fontes e custo de financiamento;
● Atuação na Indústria;
● Atuação por porte de empresa (MPME);
● Medidas de curto-prazo para ativação do BNDES;
● Comércio Exterior;
● Infraestrutura;
● BNDESPAR;
● Agenda Social e Ambiental;
● Agricultura familiar;
● Integridade
● Comunicação
Contamos com a participação de todos! Atuamos na resistência durante esses anos, agora é um momento de construção, de sugestões positivas.
Feliz Natal atrasado, e que todos tenhamos um grande 2023 pela frente!