VÍNCULO 1484 – Em relação ao último editorial do VÍNCULO, tivemos a reação de um colega que não gostou do uso do termo “privilegiado” quando nos referimos aos empregados que não se vacinaram. Segundo esse colega, “privilegiado” é quem decidiu proteger sua vida e da sua família se vacinando. Além disso, o colega afirmou que não acredita que a decisão de se vacinar ou não tenha sido influenciada pela questão do retorno ao trabalho presencial.
São dois esclarecimentos que precisam ser feitos. Segundo o Plano de Retorno ao Trabalho Presencial, os que não se vacinaram são privilegiados no sentido de que não estão sujeitos ao mesmo regramento que os demais empregados. Quem concedeu privilégio a esses colegas, no sentido de tratamento especial, foram os formuladores do Plano de Retorno, ou seja, o Comitê e o Subcomitê de Contingência do Banco.
Não sabemos se alguém tomou a decisão de não se imunizar completamente pensando na questão do retorno ao trabalho presencial. Nosso argumento foi sobre incentivos. Quando se diz que a falta de multa de trânsito incentiva as pessoas a praticarem ações deletérias, quando estão atrás de um volante, não quer dizer que as pessoas tomam essas decisões por falta de multa. Apenas que a falta de multa é um incentivo.
Além disso, o incentivo negativo talvez não tenha tido maior repercussão por falta de transparência do Subcomitê: nunca deixou claro que não se vacinar era uma opção sob a qual não se seguiria nenhuma consequência. A falta de transparência continua: não informaram aos empregados sobre o número dos que não retornaram por não se imunizarem. E mesmo depois de nossa carta formal, não tivemos qualquer resposta. Ou seja, parecem se recusar a informar o número de empregados que não retornaram por falta de imunização completa! Por que relutam em divulgar essa informação?
Clima na Casa e o negacionismo
Sabemos que o clima na Casa não é favorável para os que procuram adotar os comportamentos mais prudentes em relação à pandemia de Covid-19. É conhecida a visão da diretoria, mesmo no auge da pandemia, de se opor ao uso de máscaras, por exemplo.
Insistimos com os colegas que não se deixem intimidar e mantenham postura altiva em relação aos que tratam a questão da pandemia de forma negligente ou irresponsável.
Colegas que apresentam sintomas não devem constranger os demais empregados se apresentando ao trabalho presencial. Executivos deveriam assumir a responsabilidade de ser severos em relação aos que se mantêm no local de trabalho sem condições. A racionalidade da volta dos executivos em primeiro lugar foi também a de exercerem sua maior influência coibindo comportamentos antissociais.
Trabalho híbrido
A AFBNDES requisitou participação no grupo que discute o trabalho híbrido no BNDES. O RH informou que o grupo que foi constituído para discutir o projeto não se reúne mais, mas aceitou manter conversas regulares a respeito com a Associação. Em breve teremos mais notícias.
A primeira impressão ruim que tivemos da reunião é que o Banco parece encarar o tema do trabalho híbrido como uma concessão ou benefício para os empregados. E uma concessão só se justifica se a administração receber algo em troca. Ou seja, querem comprar espaço para a implementação da agenda de tirar direitos dos empregados do BNDES.
Incrível a extensão da cooptação, pela atual diretoria, de quadros internos. Nunca tivemos tantos membros da Casa numa diretoria, e isso não impede que ela seja, definitivamente, a diretoria mais inimiga dos empregados do BNDES.
Difícil não respeitar ainda mais os que resistiram e foram atropelados – e lamentar os colegas que passaram com tanta facilidade para o outro lado. Lição histórica para todos nós.