VÍNCULO 1564 – Que fatores econômicos, sociais e políticos explicam o fenômeno do crescimento da extrema direita, revestida de caráter antissistêmico, no Brasil e no mundo? Essa onda voltou a ganhar força? Essas questões são levantadas pelo Jornal dos Economistas (JE), edição de outubro/2023, publicado pelo Corecon-RJ.
Alessandro Donadio Miebach e Andrés Ferrari Haines, da FCE/UFRGS, avaliam que o que emerge é uma “nova extrema direita”, ou “alt-right”, produto do neoliberalismo, mas que foi capaz de articular uma crítica ao neoliberalismo, vinculando os beneficiários das políticas focais como detentores de privilégios.
Rubens Sawaya, da PUC-SP, defende que a ascensão da extrema direita e ideologia antissistema é resultado da crise causada pelo neoliberalismo, que levou ao abandono da política e deixou os indivíduos frustrados, sem emprego e direitos sociais.
Vanessa Petrelli e Niemeyer Almeida, do Ieri/UFU, acreditam que a ascensão da extrema direita no Brasil e na América Latina expressa a incapacidade dos governos progressistas em oferecer saídas duradouras, rompendo com o neoliberalismo.
Sávio Cavalcante, da Unicamp, e Danilo Martuscelli, da UFU, ressaltam que a extrema direita contemporânea é um subproduto do Estado neoliberal, apresenta articulações com forças e ideologias neoliberais, mas não se reduz a elas. Os autores analisam os casos de Bolsonaro, Trump e Milei.
Ellen Tristão, da UFVJM, aponta a sinergia destruidora entre neofascismo e capitalismo e prevê que os tempos vindouros não serão prósperos ou tranquilos.
Carlos Eduardo Martins, da UFRJ, destaca que Bolsonaro, Milei e Kast representam forças vassalas do imperialismo estadunidense, cujos interesses pretendem beneficiar com uma política ultraneoliberal de desnacionalização financeira, produtiva e dos recursos estratégicos.
Tatiana Vargas-Maia, da UFRGS, e Fabricio Pontin, da Unilasalle, julgam que o bolsonarismo tem alto poder de permanência e deve continuar a eleger parlamentares, governadores e prefeitos e a ser uma força hegemônica nas disputas pelo Executivo federal.
Marta Skinner, da UFRJ, afirma que o Brasil conseguiu barrar a ascensão da extrema direita pelo voto, mas temos o desafio de remontar um país destruído, num momento em que o pêndulo político pende para ultradireita.
Carlos Serrano, do LEHC-UFRJ, alerta que, tendo em vista a hegemonia neoliberal e a desorganização dos setores populares, o fenômeno fascista não tende a retroceder, a não ser que um processo de resistência se inicie logo.
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