VÍNCULO 1578 – O embaixador na Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Jean-Marc Berthon, participou na terça-feira (16), na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, de encontro promovido pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH). O tema do encontro foi a cooperação mútua entre entidades brasileiras e francesas que defendem a população LGBTQIA+.
Após a saudação da presidente do CNDH, Marina Bermamm, explicando a atuação do Conselho ao embaixador, representantes de entidades que fazem parte do CNDH expuseram os principais e mais urgentes pontos da luta dessa população.
“Problemas como o aumento da violência, intolerância e ódio disseminado pelas redes sociais por perfis ultraconservadores, a inserção de pessoas trans no mercado de trabalho e a atuação de característica fascista do Brasil em nível nacional e internacional no que se refere à causa durante o governo Bolsonaro fizeram parte das falas dos convidados”, segundo cobertura da CUT.
Jean-Marc Berthon afirmou que a parceria entre os países para ações de defesa da população LGBTQIA+ é um tema fundamental e que após o governo passado as relações entre o Brasil e seu país natal, a França, foram retomadas. Ele disse, inclusive, que o presidente Emanuel Macrón e ministros franceses pretendem vir ao Brasil.
“Há muitos pontos em comum entre os países, mas há diferenças. A luta contra o ódio conta com avanços jurídicos na França, mas o ódio nos dois países é igual. No Brasil há uma polarização que não existe na França”, citou Berthon.
“Podemos e devemos usar a cooperação internacional para permitir que os direitos avancem. A França tem voz em países, como os Bálcãs, que querem integrar a União Europeia. Já o Brasil tem voz forte na África e no Oriente Médio, e isso pode ser benéfico para se obter direitos”, afirmou o embaixador.
Em vários países africanos, do Oriente Médio e nos Bálcãs (região composta por Albânia, Grécia, parte da Turquia na Europa, Romênia, Bulgária, entre outros), a homossexualidade é criminalizada. Em alguns países até mesmo com castigos, surras públicas, castração química e pena de morte, caso do Irã, Líbia, Nigéria, Emirados Árabes, entre outros.
O embaixador ainda falou sobre ações na França de combate à LGBTfobia e de acolhimento, que podem servir de exemplo no Brasil, como uma legislação que protege jovens de investidas como forçar essas pessoas a ‘terapias de conversão’, popularmente chamada de cura gay, pelos extremistas. “Como se fosse uma doença”, disse o embaixador.
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