Pular para o conteúdo Vá para o rodapé

Fórum de Visibilidade Negra no Sistema Financeiro aprova plano de inclusão

VÍNCULO 1569 – O VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado na semana passada (10 e 11) aprovou seis medidas de incentivo à diversidade no setor que inclui bancos, financeiras e empresas de cartão de crédito.

“Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a população negra corresponde a 56,1% dos brasileiros. Entretanto, a população negra é a maioria entre os trabalhadores desprotegidos e com rendimento médio menor. Na categoria bancária, pretos e pardos representam apenas 24% do total de trabalhadores no setor”, destacou o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar.

Plano para inclusão – Para alterar essa realidade, os participantes do evento aprovaram:

1. Programa de incentivo a empresas que aderirem a um programa de inclusão racial corporativo;

2. Criação de um protocolo de intenções entre o Ministério de Igualdade Racial, Ministério da Educação e Cultura (MEC) e bancos públicos, para promover a inclusão de bolsistas do Prouni (Programa Universidade para Todos) no programa de estágios;

3. Debater junto aos bancos um novo Censo da Diversidade;

4. Propor na mesa de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a reserva de 30% das cotas raciais para contratação de empregados em bancos privados;

5. Propor na mesa de negociação com a Fenaban a reserva de 30% das cotas raciais nos cargos de confiança dos bancos privados; e

6. Propor protocolo de intenções entre o Ministério da Igualdade Racial e bancos públicos para promover a reserva de 30% para cotas raciais dos cargos de confiança dos bancos públicos, atendendo o Decreto 11.443/2023, que dispõe sobre o preenchimento por pessoas negras de percentual mínimo de cargos em comissão e funções de confiança no âmbito da administração pública federal.

“Nos bancos, à medida que os cargos vão subindo, em nível de hierarquia, a representação da população negra vai caindo”, informou o economista e servidor do Banco Central, Rodrigo Monteiro, durante sua palestra no Fórum. “Nos Conselhos de Administração, por exemplo, a presença de negros é de menos de 5%. Já no quadro de trainees o percentual aumenta para 58,2%, mostrando um possível impacto da Lei de Cotas, de 2012. Temos mais pessoas negras com nível superior disputando vagas. É resultado de uma ação afirmativa de lá atrás”, disse.

Monteiro destacou que, no Banco Central, a inserção de negros é menor do que a média registrada no sistema bancário: apenas 15,3% dos trabalhadores se autodeclaram pretos e pardos.

Por outro lado, o servidor apontou como uma mudança positiva na questão da diversidade a nomeação, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de Ailton de Aquino Santos para a diretoria de Fiscalização, se tornando o primeiro negro a assumir uma diretoria do BC em quase 60 anos de existência da instituição.

Outro exemplo positivo, levantado pelos realizadores do Fórum, é a nomeação de Tarciana Medeiros, a primeira mulher e negra a assumir a presidência do Banco do Brasil, após 214 anos de existência da instituição.

Monteiro observou que a grande desigualdade racial do sistema financeiro é reflexo do racismo perpetuado pelo regime escravagista. “O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, não houve reparação financeira aos negros libertos, eles deixaram as propriedades rurais e criaram aglomerados urbanos nas cidades. Então ações afirmativas são ações compensatórias, não são favores”, ressaltou.

Fonte: Contraf-CUT

Associação dos
Funcionários do BNDES

Av. República do Chile, 100 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20031-170

E-mail: afbndes@afbndes.org.br | Telefone: 0800 232 6337

Av. República do Chile 100, subsolo 1, Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20031-917
E-mail: afbndes@afbndes.org.br
Telefone: 0800 232 6337

© 2024. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por: AFBNDES

×