VÍNCULO 1649 – Os articulistas do Jornal dos Economistas, publicado pelo Corecon-RJ, avaliam, na edição de julho, a política monetária restritiva do Banco Central (BC), após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic a 15% ao ano, o maior patamar desde 2006.
Diogo Santos, da UFMG, destaca que a meta de inflação atual não é factível dadas as caraterísticas do país e da economia e geopolítica mundiais. Para ele, o uso da Selic como instrumento único de gestão da inflação é ineficiente.
Clara Sanchez, do Instituto Pereira Passos (IPP), afirma que o Brasil está preso a uma armadilha. “A política monetária e fiscal não serve a um projeto de desenvolvimento e soberania”, destaca.
Luciana Ferreira e Roberto de Souza Rodrigues, da UFRRJ, salientam que as escolhas de política econômica, embora apresentadas como técnicas, são atravessadas por disputas políticas.
Fernanda Feil, da UFF, enfatiza que, ao invés de gerar equilíbrio macroeconômico, a política de juros elevados reforça a instabilidade e afeta o investimento e o crescimento sustentável.
Antonio José Alves e Débora Pimentel, da UFRRJ, propõem uma política monetária pró-desenvolvimento, com juros baixos e estáveis, e coordenada com as demais políticas.
João Tavares, da UFRJ, ressalta que, se a inflação tem múltiplas causas e o papel da demanda pode ser menor, cabe ao BC acompanhar o debate sobre os efeitos da Selic.
Fabiano Abranches, da Universidade Federal do Paranã (UFPR), crê que a melhor explicação para que se mantenha a Selic tão elevada é a ideologia ou um jogo para dissimular interesses. “É necessário encontrar formas mais adequadas de lidar com a inflação”, sustenta.
Ricardo Summa, da UFRJ, aponta que os efeitos líquidos de uma política monetária contracionista e uma política fiscal expansionista mantiveram em 2025 o crescimento com desemprego baixo e recuperação dos salários reais.
Maria Isabel Busato, da UFRJ, ressalta que a política de juros altos age controlando a inflação por meio do câmbio, impede que o emprego aumente e eleva o pagamento de juros da dívida.
Victor Leonardo, da UFF, avalia que a maior preocupação deve ser a instabilidade cambial reinante desde meados de 2024. O grande desafio do BC é manter o câmbio mais estável e distante dos R$ 6/US$.
David Deccache, da UnB, defende que há um alinhamento entre governo e BC. As políticas fiscal e monetária atuam para conter a demanda agregada, manter o desemprego elevado e impedir que os salários pressionem a inflação.
Para acessar o PDF do jornal, clique aqui.
