
VÍNCULO 1668 – No dia 25 de novembro será reeditada, em Brasília, a Marcha das Mulheres Negras. Em 2015, o movimento reuniu cerca de 100 mil mulheres e representou um marco na luta por justiça racial e de gênero. Este ano, a marcha volta cobrando políticas de reparação e bem viver. De acordo com a organização, busca-se uma sociedade focada na coletividade, na qual as mulheres negras estejam no centro das políticas públicas e da agenda do país.
“Quando se fala de bem-viver, falamos de vida com dignidade; falamos de direitos para toda a sociedade, sem exceção”, afirma Iyálorisà Adriana t’Omolú, integrante do Comitê Impulsor Nacional da Marcha. Ela explica que o bem-viver pressupõe reparação, cuidado e compromisso com todos os seres viventes. “Bem-viver é garantia de educação, cultura, lazer, moradia, segurança, saúde, democracia e justiça climática, que impactam a sociedade como um todo”.
As mulheres negras sofrem impactos diretos no contexto de violência no país. “São mães, irmãs e companheiras de vítimas da violência estatal, mas também lideranças que transformam dor em resistência. Na Marcha das Mulheres Negras, elas denunciam o genocídio da juventude negra, a desigualdade econômica e a invisibilidade histórica de suas pautas”, destaca Maria Júlia Nogueira, secretária nacional de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“As mulheres negras estão na linha de frente porque são elas que seguram a luta nas comunidades, que enfrentam a dor da perda e ainda se levantam para exigir justiça. A resistência dessas mulheres é o que mantém viva a esperança de um país mais justo e igualitário”, destaca Júlia Nogueira.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres negras representam 27% da população brasileira, mas ocupam apenas 6% dos cargos de liderança e recebem, em média, 46% menos que homens brancos. Ainda assim, estão na linha de frente da luta por justiça e equidade.
