VÍNCULO 1384 – Você ficou chocado com o pibinho? Ou ficou ainda mais chocado com as declarações do ministro da Economia sobre o pífio desempenho da economia brasileira?
Crise do coronavírus, crise do preço do petróleo, recessão mundial à vista, países desenvolvidos estudando programas de incentivo. A parte mais influente do mainstream econômico da academia americana (Paul Krugman, Blanchard e cia.) autoriza políticas fiscais expansionistas. Mas no Brasil escutamos apenas uma palavra de ordem: Mais reforma! Mais reforma!
É o que brada o ministro. Teve tanta gente respeitável, e por tanto tempo, adulando as políticas econômicas defendidas pelo atual governo que o indiscutível desastre de tais políticas vai ter que ser reconhecido gradualmente. Mas o processo de desencanto já está avançado. Vai ficando “facinho” falar mal do ministro. Era bem mais difícil quando o VÍNCULO o fez. Alguns exemplos:
Editorial “O outro ideólogo” (9 de maio de 2019)
“Do nosso ponto de vista, o verdadeiro desafio é outro. Quem põe em risco de forma estrutural nossas instituições e a retomada do desenvolvimento é um espírito fundamentalista e ganancioso que sabemos que não será domado. A única esperança é que o segundo ideólogo seja destituído de poder antes que suas ações gerem um cenário amplo e irreversível de terra arrasada”.
Editorial “As cinco metas de Montezano” (22 de julho de 2019)
“A adesão a essas propostas é reveladora de que o presidente [Gustavo Montezano] compartilha do diagnóstico sobre a economia brasileira e o BNDES dos ultraliberais do Ministério da Economia. As ilusões nesse terreno de todo esse grupo são de tamanha dimensão que estão fadadas a não sobreviverem ao confronto com a realdade nos próximos meses. A opinião entre economistas, mesmos alguns dos mais adeptos do credo liberal, tem sofrido inflexão. Estamos, é claro, sendo pilotados pela vertente mais extrema e mais vinculada aos interesses do mercado financeiro. Serão os últimos a se renderem aos fatos“.
Muita gente está preocupada, com razão, com a ameaça às instituições democráticas representada pelas manifestações do próximo dia 15. Menos gente tem se preocupado, infelizmente, com a destruição em curso de instituições econômicas vitais para o Brasil.
A missão dos empregados conscientes do BNDES é lutar com todas suas forças e inteligência para evitar que o BNDES seja destruído nessa fase final do “nero”liberalismo tupiniquim. Está passando, galera! E se no terreno econômico a insanidade for reposta por ao menos algum pragmatismo (é o máximo que podemos esperar nas atuais circunstâncias), conseguiremos salvar o Banco.
Temos certeza que ainda vamos celebrar todos o fim dessa era das trevas.
Em tempo: Não deixe de ler, na página 3, sobre os jabutis anti-BNDES que o Ministério da Economia vem colocando em PECs. E todo mundo já sabe, não é? A atual administração do BNDES assiste a tudo impassível. Afinal, como diz a sabedoria desses tempos: “Não interessa correr atrás de mesadinha” – como eles chamam os repasses do FAT.