Funcionários do Banco do Brasil no Rio estão em estado de greve. Decisão sobre paralisação do funcionalismo da Caixa será tomada na assembleia desta quinta-feira (12)
VÍNCULO 1611 – O Comando Nacional dos Bancários, a Contraf-CUT e seus sindicatos filiados assinaram, na terça-feira (10), na sede da Fenaban, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que vai vigorar de 2024 a 2026. Para a direção do movimento, avanços importantes foram conquistados após longas e difíceis negociações, em meio a manifestações dos bancários e bancárias de todo o país.
A CCT garante que a categoria tenha os mesmos direitos em todo o território nacional. Este ano, nos itens salariais, foi conquistado 4,6% de reajuste, ou seja, a reposição total das perdas causadas pela inflação dos últimos 12 meses, além de aumento real de 0,9%. A CCT também prevê a reposição das perdas inflacionárias em 2025, mais 0,6% de aumento real. Os índices também vão corrigir os valores dos tíquetes alimentação e refeição. Além disto, prevê a antecipação do pagamento da 13ª cesta alimentação para outubro e avanços em dez novas cláusulas sociais.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e membro do Comando Nacional, José Ferreira, participou da cerimônia de assinatura e falou sobre a Campanha Nacional, do seu resultado e dos próximos desafios “Após um processo de negociação dos mais difíceis, hoje formalizamos a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho. Alguns dos desafios permanecem e vão merecer de nós a continuidade do processo de denúncia e luta, quer seja no combate às terceirizações à defesa da saúde e melhores condições de trabalho. Continuaremos também em luta para a conquista dos acordos coletivos de trabalho (ACT) do Banco do Brasil e da Caixa e para que se somem aos direitos da CCT que assinamos”, afirmou.
Dever cumprido – Adriana Nalesso, também integrante do Comando Nacional e presidente da Federa-RJ (Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro) falou sobre o significado da assinatura da CCT neste momento. “A categoria bancária é sinônimo de resistência, especialmente pós-reforma trabalhista e à luz da revolução tecnológica em curso. Assinar uma Convenção Coletiva que reúne mais de 170 bancos entre pequenos, médio e grandes e garante direitos para mais 430 mil bancários no país dá um sentimento de dever cumprido, sabendo que a luta não acabou e que temos muitos desafios a superar”, ressaltou.
Segundo o Seeb-Rio, além da manutenção de todas as cláusulas da CCT atual, houve diversos avanços, entre eles, um em que, pela primeira vez, os bancos admitem a existência de assédio moral, com canal de apoio às vítimas e de recebimento de denúncias. Além da prevenção contra a violência contra a mulher, e compromisso dos bancos com a igualdade salarial entre homens e mulheres.
A CCT prevê, ainda, a promoção do acesso e permanência de pessoas LGBTQIA+ nos bancos; iniciativas de requalificação para que os trabalhadores se adaptem às mudanças tecnológicas, com ênfase nas mulheres; e realização de um novo Censo da Diversidade.
As principais conquistas da CCT
– Econômicas
Em 2024, reajuste de 4,6% (reposição, mais aumento real de 0,9%);
(Em 2025, aumento real de 0,6%, além da reposição das perdas inflacionárias, válido também para VA, VR e PLR).
VA e VR – 4,64% nos valores mensais.
– Novas cláusulas sociais
Assédio
Pela primeira vez os bancos concordam em incluir na Convenção o termo assédio moral, reivindicação da categoria.
Canal de apoio às vítimas.
Canal de denúncia.
Mulheres na TI
Concessão de 3 mil bolsas de cursos introdutórios para mulheres ingressarem na área de TI, com prioridade para negras, mães e da comunidade LGBTQIA+.
PCD
Abono de ausência para conserto ou reparo de prótese.
Prevenção à violência contra a mulher
Canal e medidas de apoio; combate à violência contra a mulher.
Igualdade salarial entre homens e mulheres
Compromisso da igualdade entre gêneros.
Adesão ao Programa Empresa Cidadã, garantindo licença-maternidade de 180 dias e licença paternidade de 20 dias.
Mudança climática e calamidade
Em caso de necessidade, criação de Comitê da Gestão de Crise, sempre que pedido pelo Comando Nacional dos Bancários.
O comitê terá autorização para tomar as medidas necessárias aos bancários atingidos por calamidades.
Medidas trabalhistas durante a calamidade.
Censo da categoria 2026
A Fenaban se comprometeu a planejar para 2025 e a realizar até 2026 um Censo da Diversidade do Setor Bancário.
Inteligência artificial
Requalificação profissional para adaptar a força de trabalho às novas demandas tecnológicas.
LGBTQIA+ com destaque para transgêneros
Repúdio à discriminação e uso do nome social antes da obtenção do registro civil.
► Banco do Brasil
Reunidos em assembleia virtual, os funcionários do Banco do Brasil, que trabalham no Rio de Janeiro, rejeitaram a proposta de acordo feita pelo Banco e entraram em estado de greve. A votação aconteceu na segunda e terça-feira desta semana.
O presidente do Sindicato do Rio, José Ferreira, convocou o funcionalismo do BB a organizar a greve. “Na base do Sindicato do Rio de Janeiro, bancários e bancárias rejeitaram as propostas de ACT. Agora, os colegas estão convocados a participar da construção e organização da greve”, afirmou.
A diretoria do Sindicato do Rio decidiu pela convocação de uma assembleia presencial para esta sexta-feira (13). A proposta a ser colocada em debate na assembleia será a de deflagração de greve no BB do Rio de Janeiro a partir do dia 16 de setembro.
► Caixa Econômica Federal
Os funcionários da Caixa Econômica Federal realizam assembleia virtual nesta quinta-feira (12) para deliberar sobre o Acordo Coletivo de Trabalho específico. A proposta inicialmente apresentada pelo banco foi rejeitada pela maioria das assembleias no país.
No processo de votação, caso haja a rejeição da proposta, automaticamente o Sindicato estará autorizado a encaminhar os procedimentos legais e estatutários necessários para a convocação de greve, por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira, 16 de setembro.