VÍNCULO 1610 – Sindicatos dos bancários de todo o país realizaram, na quarta (4) e quinta-feira (5), assembleias virtuais para deliberação sobre a proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, negociada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), e sobre as propostas dos Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) negociadas com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
Segundo o Seeb-Rio, na assembleia de bancários do setor privado foi aprovada a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), mas nas assembleias dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa a proposta da CCT e os acordos específicos foram rejeitados. “O Comando Nacional dos Bancários está fazendo um levantamento dos resultados de todo o país, bem como decidindo sobre os novos passos da Campanha Nacional”, informa o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
Reajuste salarial – Em relação às cláusulas econômicas, os bancos desistiram de impor o escalonamento dos índices de reajuste por faixa salarial. A proposta apresentada pela Fenaban contém o reajuste de 4,64% nos salários e demais verbas, incluindo vales alimentação (VA), refeição (VR) e auxílio creche/babá – para um INPC estimado de 3,91% (set/2023 a ago/2024), o que daria um ganho real de 0,7%. Para 2025, o aumento real será de 0,6% para salários, VA/VR e demais cláusulas econômicas.
“O ganho real de 2024 e 2025, portanto, será de pelo menos 1,31%, podendo ficar acima disso a depender do INPC de agosto, que será divulgado pelo IBGE somente em 10 de setembro”, informa a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A proposta da Fenaban só foi apresentada no sábado (31), após 13 duras e longas rodadas de negociação, iniciadas há quase dois meses e meio. “Os bancos tentaram dividir a categoria, retirar direitos e fizeram de tudo para rebaixar o reajuste, para que ficasse inferior à inflação. Foi uma negociação muito difícil”, destacou a coordenadora da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
“Todo esse esforço reflete o histórico de luta e força das bancárias e bancários que os bancos quiseram minar. Caso o resultado dessa negociação seja aprovado pelas bases, vamos passar de 119 para 129 cláusulas negociadas. Desse total, 116 são superiores à lei, ou seja, inovações que não têm previsão legal. Isso faz com que o acordo dos bancários continue sendo referência para as demais categorias”, completou.
Conquistas sociais
Juvândia também aponta conquistas sociais da negociação deste ano: abono de ausência para conserto ou reparo de próteses aos trabalhadores com deficiência; iniciativas de requalificação para que os trabalhadores se adaptem às mudanças tecnológicas, com ênfase nas mulheres; e Censo da Diversidade.
Combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho
– Pela primeira vez, os bancos concordaram em incluir explicitamente o termo “assédio moral” nas negociações, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria.
– Ficou estabelecida uma manifestação de repúdio contra qualquer tipo de violência no ambiente de trabalho, reforçando o compromisso com um ambiente seguro e respeitoso.
– Criação de um canal de apoio dedicado às vítimas e de um canal específico para denúncias de assédio e outras formas de violência, que incluirá atendimento às bancárias vítimas de violência doméstica.
Mulheres na tecnologia
Devido à queda no número de mulheres na categoria, em especial devido ao avanço da tecnologia, onde elas ainda são minoria, o comando cobrou e conquistou:
– Concessão de 3.000 bolsas de curso para capacitar mulheres, pessoas trans e PCDs em programação, visando aumentar a representatividade feminina no setor tecnológico, realizado pela Progra{maria}
– Além disso, 100 bolsas serão oferecidas para programa intensivo de aprendizagem, voltado para a formação avançada de mulheres na tecnologia.
Pessoas com Deficiência (PCDs)
– Concessão de abono de ausência para conserto ou reparo de próteses, garantindo que trabalhadores com deficiência possam atender suas necessidades sem prejuízo.
Prevenção à violência contra a mulher bancária
– Implementação de um canal de apoio exclusivo e outras medidas específicas para proteger as mulheres bancárias contra violência, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro.
Combate à violência contra a mulher na sociedade
– Os bancos se comprometem a manifestar publicamente o repúdio à violência contra a mulher, além de disseminar informações e recursos para apoiar a prevenção desse tipo de violência.
Igualdade salarial entre homens e mulheres
– Compromisso com a igualdade salarial entre gêneros.
– Adesão ao Programa Empresa Cidadã, garantindo licença-maternidade de 180 dias e licença-paternidade de 20 dias.
Mudanças climáticas e calamidades
– Em caso de desastres naturais ou outras calamidades, será garantida a criação de um Comitê de Gestão de Crise, quando solicitado pelo Comando Nacional dos Bancários.
– O comitê terá a autorização prévia para tomar decisões necessárias que assegurem a proteção e os direitos dos bancários afetados.
– Implementação de medidas trabalhistas específicas durante situações de calamidade para assegurar vida e o bem-estar dos trabalhadores.
Censo da categoria 2026
– A Fenaban se comprometeu a planejar em 2025 e realizar até o final de 2026 uma nova edição do Censo da Diversidade do Setor Bancário, para mapear e promover a diversidade no setor.
Inteligência artificial e requalificação
– Iniciativas de requalificação profissional para adaptar a força de trabalho às novas demandas tecnológicas.
LGBTQIA+, com destaque para pessoas transgênero
– Os bancos reforçam seu repúdio à discriminação e garantem o uso do nome social para pessoas transgênero, antes mesmo da obtenção do registro civil, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo.