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Centrais sindicais protestam contra alta da Selic

VÍNCULO 1628 – Com a alta da Selic de 12,25% para 13,25%, na quarta-feira (29), o Brasil se manteve como o país com o segundo maior patamar de juros reais de todo o mundo, chama a atenção o Diap – Departamento Intersindical de assessoria Parlamentar.

Com a Selic a 13,25%, os juros reais no Brasil ficam em 9,18%, conforme levantamento da MoneYou. O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa em 1 p.p. (ponto percentual). O Brasil segue atrás somente da Argentina, que tem juros reais de 9,36%.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores), por meio de nota, condenou o aumento dos juros. Para a entidade, “não há outra palavra para caracterizar mais este absurdo do que ‘frustração’, pois esperávamos que sob o comando de Gabriel Galípolo houvesse uma reversão neste processo”.

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) manifestou-se contrariada com a elevação dos juros Selic: “Com essa política de juros escorchantes, o Brasil pode nadar, nadar e morrer na praia”, disse o presidente da entidade, Adilson Araújo.

A Força Sindical, por sua vez, classificou o aumento dos juros, por meio de nota, de “prêmio aos especuladores”.

A CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), em nota, escreveu que Galípolo inicia o mandato à frente do BC “frustrando os interesses do Brasil e contrariando a vontade do povo brasileiro.”

A CNI (Confederação Nacional da Indústria), que representa o setor produtivo, também se manifestou contra a elevação dos juros. Segundo o presidente da entidade, Ricardo Alban, “a alta da Selic é injustificada”. E faz parte de “movimento da política monetária que ocorre em consequência da longa cultura de juros reais elevados que persiste no Brasil.”

Como foi a decisão do Copom

O Copom decidiu, de forma unânime, pelo aumento de 1p.p. na taxa básica de juros. O aumento já era esperado pelo mercado desde o comunicado de dezembro/2024.

A Selic chegou ao maior valor desde setembro de 2023, quando baixou de 13,25% para 12,75% ao ano. Foi o quarto aumento consecutivo da taxa.

Essa reunião de janeiro foi a primeira com Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central, após o encerramento do mandato de Roberto Campos Neto.

Mais juros

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, destaca o comunicado do BC.

A expectativa é que na próxima reunião, marcada para o dia 19 de março, deva acontecer mais um aumento de 1 pp por conta do ambiente fiscal incerto – conforme sinalizado em guidance – orientação – pela própria autoridade monetária. O mercado prevê que a taxa Selic deva terminar 2025 em 15%.

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