VÍNCULO 1618 – De acordo com matéria publicada ontem (30) no site do Globo, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que não foi procurado para discutir mudanças no abono, seguro-desemprego e no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e que pode se demitir caso as medidas sejam debatidas sem sua participação.
“Se ninguém conversou comigo, não existe, se eu sou responsável pelo Trabalho e Emprego. A não ser que o governo me demita. Vale para todo o tema do Trabalho que eu não discuti”, disse em entrevista coletiva para comentar dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Marinho afirmou ainda que considera uma “agressão” que medidas relacionadas ao Trabalho sejam discutidas sem o seu conhecimento. Questionado se pediria demissão caso constatasse que isso está acontecendo, ele disse que é “possível”.
“Se eu for agredido, é possível, nunca fui. Uma decisão de um tema sem minha consulta é uma agressão”, afirmou.
As declarações acontecem em momento em que a equipe econômica do governo discute medidas para revisar despesas públicas.
O ministro, no entanto, nega que tenha sido procurado: “Para mim esse debate não existe, o ministro do Trabalho não foi procurado por ninguém, nem pelo ministro da Fazenda, nem pela ministra do Planejamento, nem pelo presidente”, afirmou.
Posição da CUT – Em 18 de outubro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) publicou nota destacando que está acompanhando com atenção as possíveis propostas de mudanças no sistema de proteção do trabalho, como seguro-desemprego, FGTS, abono salarial, entre outros, que têm circulado na mídia atribuídas ao governo. “Nenhuma das propostas ou medidas foram apresentadas pelo governo federal à CUT”, ressaltou a Central.
“Diante disso, coerente com a nossa responsabilidade de defesa dos direitos da classe trabalhadora e com respeito aos procedimentos de relação institucional, tomamos imediatamente a iniciativa de solicitar uma reunião com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, agendada para 1º de novembro, para ouvir se há e o que há de debate sobre essas questões no âmbito do governo e, após o contato com as reais informações, manifestar o posicionamento da CUT historicamente contrário à retirada de direitos e proteções trabalhistas”, finaliza a nota.