VÍNCULO 1610 – O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, devastado por um incêndio que completou seis anos na segunda-feira (2), ainda precisa de doações para conseguir reabrir.
O orçamento estimado para as obras de reconstrução, incluindo o que já foi arrecadado, é de quase R$ 500 milhões. Os recursos adquiridos têm origem no setor público e na iniciativa privada.
Segundo o diretor Alexander Kellner, o trabalho de reconstrução do museu “está excelente, no sentido de que as obras estão andando, nunca pararam”. Mas destaca que é necessário arrecadar, até novembro, R$ 50 milhões, e até fevereiro do ano que vem, mais R$ 45 milhões. “São R$ 95 milhões. Se a gente não tiver, a obra não vai acontecer e não vamos entregar o museu”, alertou.
Empresas e pessoas físicas podem contribuir para a reconstrução do museu de duas formas: financeiramente e com a doação de acervo.
Kellner destaca que no fim do ano passado foi incluída na Lei Rouanet a captação de R$ 90 milhões para o projeto de recuperação. É uma forma de empresas e também pessoas físicas destinarem para a reconstrução o dinheiro que deveria ser pago em impostos.
O museu está inscrito no Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) da Lei Rouanet e pode receber doações dedutíveis do IR. As doações devem ser feitas ainda este ano e deduzidas na declaração do ano que vem.
“De cada 100 reais que qualquer pessoa terá que pagar ao fisco no ano que vem, ela poderá destinar 6 reais, ou seja 6%, para um Pronac, que, no nosso caso, envolve a restauração do palácio. Mas essa doação terá que ser feita ainda este ano”, ressalta. Para empresas, o limite de deduções é de 4% do imposto devido.
Os recursos serão aplicados na modernização das instalações da Biblioteca do Horto Botânico e na segunda fase das obras de restauração do Paço de São Cristóvão, o edifício tombado pelo IPHAN que abriga o Museu Nacional.
Patrocinam a reconstrução o BNDES, Congresso Nacional, Bradesco, Vale e os ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Apesar do grande apoio que temos do MEC, que recentemente concedeu R$ 14 milhões para as obras que envolvem uma parte do palácio, é fundamental a participação da sociedade brasileira”, afirmou Kellner.
O Paço de São Cristóvão, palácio histórico que acolhia o Museu Nacional, também foi devastado pelas chamas. O principal museu de história natural da América Latina perdeu cerca de 80% do acervo de 20 milhões de itens.
A previsão de entrega do Bloco histórico 1 do Museu está marcada para abril de 2026. A reabertura total está prevista para 2028.
Fonte: Agência Brasil