Valeria de Magalhães Lima Eiras – empregada do BNDES
Fui surpreendida na sexta-feira (6), por volta das 22 horas, com uma nota publicada no site da AFBNDES onde fui acusada de ser preconceituosa e capacitista, o que definitivamente não me considero.
Em uma reunião realizada na sexta-feira à tarde, foi garantido pela AFBNDES que eu teria a chance de publicar uma manifestação simultânea. Acreditei. Achei que seria ouvida antes da publicação, da mesma forma que os veículos de imprensa têm o cuidado de ouvir os 2 (dois) lados antes de emitir a sua opinião.
O assunto permeia a fase da campanha, como vocês bem sabem. Vale ressaltar, mais uma vez, que a entrevista foi concedida durante a campanha para o cargo ao qual é vedado discutir temas relacionados a Recursos Humanos, e que também sobre os quais não poderia me pronunciar na Campanha, como fui diversas vezes alertada pela administração do Banco.
No entanto, não me furtei a responder a nenhuma pergunta, muito menos à pergunta sobre a chegada dos novos colegas do próximo concurso, caracterizado pela iniciativa de prever a garantia de 30% das vagas para as chamadas “cotas de negros e negras” e 15% para “PCDs”.
Na visão de quem já está no Banco há quase 20 anos, percebo inovações relevantes da diretoria e equipe de RH como, por exemplo, as cotas no concurso, além da iniciativa do desenvolvimento de liderança voltada para líderes negros e pardos com até 2 (dois) anos de cargo executivo.
Tais iniciativas consistem na implementação da DIVERSIDADE, só que a diversidade deveria ter alcance muito maior.
Vou me explicar.
Passar no concurso, independentemente de cotas, já é um desafio absurdo, pois é um dos concursos mais cobiçados atualmente. Acontece que, falar de diversidade somente na entrada não traz, de fato, ganho para qualquer empresa. O mundo pós concurso é totalmente desconhecido, na maioria das vezes, pelos novos empregados públicos.
Muito importante para a inclusão é termos no chão de fábrica, sim, a diversidade, mas o que eu proponho é a reflexão, pois a contribuição significativa seria dar-lhes o preparo necessário para que atinjam de forma célere a liderança e galguem “ESPAÇOS DE FALA” e “DECISÓRIO”. Decisões tomadas por colegiados inclusivos só geram ganhos: tanto para a empresa, quanto para o quadro funcional e a sociedade brasileira. Isso está cientificamente comprovado.
Será que não poderia haver a promoção da diversidade para outros níveis o quanto antes?
Essa é a minha opinião, o que acredito que deve convergir com aqueles que me criticaram e não me deram a chance sequer de nos sentarmos à mesa cordialmente (o que solicitei ontem para a AFBNDES, até sugeri uma mesa redonda, aberta e gravada).
Será que temos alguma iniciativa voltada à recepção dos novos entrantes em início de carreira? Eles entrarão com diversas disparidades em relação a nós, com um plano de cargos e salários bem diferente, isso que me incomoda demais, a vocês não? Será que isso por si só não é uma mensagem negativa?
Pergunto: estamos preparados para receber os novos colegas?
O que é preciso deixar claro é que nenhuma palavra é mais importante do que as atitudes. Um simples passar de olhos no meu currículo ou uma olhadela singela no meu dia a dia ou com quem convive comigo responderiam a todas as falas que hoje permeiam os muitos grupos virtuais e presenciais.
Feitas essas reflexões, peço sinceras desculpas a quem eu tenha ofendido.
Meu nome é Valeria de Magalhães Lima Eiras, recebo as críticas e estou aberta para diálogos e não me escondo no anonimato.
E se alguém quiser, pode pedir pessoalmente que divulgarei meu pedido de desculpas aqui ou em outro lugar a cada um de vocês.
………………………………………………
► As opiniões emitidas nos artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da AFBNDES ou do BNDES.
A AFBNDES se coloca à disposição para viabilizar o esclarecimento e o diálogo que se fizerem necessários, zelando pelo entendimento e o aprendizado constantes.