VÍNCULO 1309 – Feito o anúncio ainda em termos genéricos da reestruturação interna para um público mais amplo, o que pode ser dito? Seria precipitado um julgamento taxativo nesse momento. O que não impede algumas observações. É evidente para os que não estão alheios às vozes dos corredores que há uma difusa, mas forte resistência no Banco. Expressão pública disso é a pesquisa feita pela AFBNDES: 90% de insatisfação com o processo (veja abaixo). Também testemunham essa insatisfação os francos artigos de opinião de Paulo Moreira Franco e Sérgio Foldes publicados nas últimas edições do VÍNCULO. Sintoma de uma normal resistência a mudanças? Sinal de que o processo não foi compreendido ou falta de confiança na atual diretoria? Certamente, a resistência é muito mais ampla do que seus efeitos, relativamente limitados, sobre alguns cargos poderia justificar. A AFBNDES insistiu persistentemente na importância da transparência e do envolvimento dos funcionários para que a mudança fosse percebida como um projeto da casa, e não apenas de um pequeno grupo de executivos, em defesa de um BNDES melhor. A razão é clara. Se a meta é um BNDES melhor, mais eficiente, porque manter sua racionalidade e propostas em segredo? Claro que mudanças ferem interesses, mas quem fala em termos de um interesse maior não deveria temer essas resistências localizadas. A divulgação está do lado dos que falam em nome de um interesse maior, uma vez que impublicáveis são os interesses particulares. Já reconhecemos que a apresentação aberta, mesmo genérica, foi um movimento na direção correta. E é importante registrar também que a diretoria de RH tem sido solícita com nossas demandas por esclarecimento, pronta a nos atender e receber sugestões. Insistimos, por outro lado, que para que o funcionário do Banco entenda a reestruturação, a discussão no contexto de sua área específica é fundamental. Além do Quadro de Avisos, solicitamos aos superintendentes por carta que realizassem reuniões por áreas, abrindo a oportunidade de alguma reação dos funcionários. Infelizmente, até agora estamos a par de poucas reuniões programadas. O caso mais comum é o de comunicações por departamento, ou comunicações individuais dadas por superintendentes ou chefes para os funcionários que perderam seus cargos. Ou seja, para a grande maioria de funcionários não é apresentada qualquer lógica nova de operação de suas áreas que justifique a mudança. Estamos cientes de casos de empregados que perderam os cargos para que outros os ocupem vindos de outra área. O que faz tudo parecer – nesse vácuo de explicações – simples dança de cadeiras na qual os que encontram assento são os que estão associados às redes mais influentes. E o que revela essa relutância dos superintendentes? Incapacidade de liderar suas equipes diante de uma mudança que está sendo apresentada como fundamental para o futuro do Banco? Ou revela que o processo de elaboração da reestruturação foi açodado, pouco discutido, a ponto de que nem eles foram ganhos sobre a oportunidade e justificativa das mudanças? O VÍNCULO assegura que continuará um espaço aberto para que o debate sobre a reestruturação seja realizado entre os funcionários do BNDES. Se é verdade que o processo de reestruturação começa de fato a partir do dia 14, como anunciou o diretor de RH, também é verdade que a AFBNDES continuará mobilizada e atenta aos desdobramentos do processo. |
Resultado da pesquisa sobre a reestruturação organizacional do BNDES Em função das visitas aos andares realizadas pela AFBNDES, foi encaminhada no dia 25 de julho, por meio do quadro de avisos, uma pesquisa para avaliar a percepção dos funcionários a respeito da nova etapa da reestruturação organizacional do Banco. Os questionamentos presentes na consulta e os resultados apurados seguem abaixo: 1 – Você está ciente de que o BNDES está passando por nova etapa de um processo de reestruturação interna? Sim – 92,02% (715) Não – 7,98% (62) Total – 777 pesquisados 2 – Você tem conhecimento do teor da proposta de reestruturação? Sim – 9,65% (75) Não – 90,35% (702) Total – 777 pesquisados 3 – Você concorda com a forma como o processo está sendo conduzido pela Alta Administração? Sim – 12,21% (91) Não – 87,79% (654) Total – 745 pesquisados |