VÍNCULO 1630 – O economista e professor Luiz Gonzaga Belluzzo foi entrevistado pelo jornalista Leandro Demori no programa DR com Demori, na TV Brasil. A atual conjuntura econômica do Brasil e o cenário internacional, especialmente depois da posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, foram os temas centrais da conversa.
Segundo Gabriela Mendes, da TV Brasil, o economista se disse preocupado com a predominância das visões dos mercados financeiros na condução da política econômica brasileira, especialmente no que tange ao risco fiscal e à crença de que o Brasil pode caminhar para a inadimplência da dívida pública. Segundo Belluzzo, essa crença é absorvida pelo cidadão comum como uma verdade porque se baseia em uma comparação errada com as finanças domésticas e ressaltou que o Estado possui instrumentos e responsabilidades distintas das de uma família e mecanismos para gerenciar sua dívida.
“Não existe estrutura financeira ou mercado financeiro sem a presença de dívida pública, porque ele é o ativo de última instância. É o ativo que tem mais liquidez. Aqui já há uma parolagem. Parolagem dizendo que a dívida públic a vai quebrar. Não há nenhum caso na história de dívida pública, denominada na sua própria moeda, de quebra”, afirmou Belluzzo.
A conversa também se aprofundou no impacto das políticas do governo Trump sobre o Brasil e os demais países dos BRICS. Belluzzo acredita que as ameaças de Trump de aumentar tarifas sobre produtos chineses e outros países emergentes, incluindo o Brasil, podem não passar de bravatas.
De acordo com ele, embora o presidente dos EUA faça uso de retórica agressiva, o efeito dessas medidas não é tão simples quanto parece. Ele explica que Trump, ao ameaçar sobretaxar importações da China, poderia prejudicar as próprias empresas americanas que dependem do fornecimento chinês para manter os custos baixos.
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