VÍNCULO 1609 – Os articulistas convidados pelo Jornal dos Economistas (JE), na edição de setembro de 20924, analisam os aspectos econômicos e políticos das mudanças climáticas.
Pedro Ninô, da IEA (Agência Internacional de Energia), faz uma analogia do pagamento de uma conta de bar para defender políticas e instrumentos inovadores para a urgência climática que aumentem o fluxo de capital aos países em desenvolvimento.
Carlos Eduardo Young, da UFRJ, destaca que as decisões econômicas têm impactos sociais e ambientais. “Fazer política ambiental é fazer política social, e a política climática deve alavancar o crescimento e reduzir as desigualdades”, escreve.
Fernando Amorim, do Finde (Grupo de Pesquisa em Financeirização e Desenvolvimento), afirma que o desafio de planejar, financiar e executar investimentos em infraestrutura que atendam aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e outros compromissos sociais, ambientais e climáticos exige um papel mais ativo do Estado.
Luciano Rezende, da SBPC, atribui à chegada do neoliberalismo no Brasil o processo de “comoditização” da economia e a redução da capacidade de fiscalização do Estado, que impactam o meio ambiente e a biodiversidade.
Isabela Callegari, do IFFD (Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento), enfatiza que o Estado deve exercer o papel de desafiar a acumulação se quisermos lidar com a crise climática. “As medidas requerem embates políticos que contrariam interesses e a lógica capitalista”, destaca.
Carlos Guedes de Guedes, ex-presidente do Incra, aponta o oportunismo climático da agricultura patronal gaúcha, aliada do mercado financeiro e defensora dos juros altos, que agora pede dinheiro ao governo federal.
Layza Soares, pesquisadora do Cetem/MCTI (Centro de Tecnologia Mineral), ressalta que, para mitigar as consequências das mudanças climáticas, é necessário enfrentar velhos problemas sociais e econômicos.
Rogério Studart, do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), conclama os economistas a pensarem a crise ecológica fora das amarras escolásticas. “Caso contrário, seremos cúmplices de um futuro que ninguém deseja a nossos descendentes”, ressalta.
Roldan Muradian, da UFF, defende que a exploração de petróleo na Foz do Amazonas é errada como estratégia para o futuro da Petrobras, “pelo risco ambiental, moralmente e por abalar a pretensão brasileira de liderança climática”.
Clarice Ferraz, do Instituto Ilumina, avalia que o enfrentamento das consequências das mudanças climáticas testa a qualidade de nossa democracia. As escolhas determinam a intensidade dos efeitos dos eventos climáticos.
Também é publicada na edição de setembro do JE artigo de Marcelo Carcanholo (UFF), o segundo da série “Atualizando o debate sobre dependência econômica”.
Para acessar o Jornal dos Economistas, clique aqui.