VÍNCULO 1609 – O Observatório do Clima (OC) alerta: “Se quiser liderar pelo exemplo o combate à crise do clima, como prometeu o presidente Lula, o Brasil deverá cortar suas emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 92% até 2035 em relação a 2005, quando o país emitiu 2.440 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente. Isso significa limitar a emissão a 200 milhões de toneladas líquidas”. Esta é a principal conclusão da proposta de nova meta climática para o país apresentada pelo OC no dia 26 de agosto. O Observatório do Clima é uma rede de entidades ambientalistas da sociedade civil formada com o objetivo de discutir o problema do aquecimento global especificamente no contexto brasileiro.
Construído por dezenas de organizações e baseado na melhor ciência disponível, o documento mostra o que o país precisa entregar em termos de corte de emissões se quiser dar sua contribuição para limitar o aquecimento da Terra a 1,5oC acima do período pré-industrial, como determina o Acordo de Paris. Hoje, as metas agregadas de todos os países nos levariam a um mundo quase 3oC mais quente, mesmo se fossem cumpridas integralmente.
De acordo com o Observatório, o Brasil, como sexto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo e presidente da COP30, em 2025, precisa entregar à ONU até fevereiro do próximo ano um plano climático nacional (NDC, sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada) ambicioso, que inspire outros países do G20 a aumentar suas metas. Até agora, porém, não há nenhuma indicação de que a NDC oficial do Brasil, ou de outros grandes poluidores climáticos, vá ser compatível com o que a atmosfera necessita para evitar os piores impactos da crise climática.
“Colocamos essa proposta na mesa para estabelecer a barra de ambição e dizer ao governo não apenas o que o país precisa fazer, mas principalmente o que tem condições de entregar”, afirma David Tsai, coordenador do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do OC).
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