VÍNCULO 1621 – A Contraf-CUT integra a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, que, no Brasil, começou em 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) e termina em 10 de dezembro (Dia Internacional do Direitos Humanos). Internacionalmente, são 16 dias de ativismo, com início na última segunda-feira (25), Dia do Combate à Violência contra a Mulher.
A cada dia, em média, 140 mulheres e meninas são mortas por alguém de sua própria família em todo o mundo. Cerca de três sofrem violência física ou sexual. Todos os países e comunidades são afetados por essa epidemia que envergonha a humanidade. Os dados são das Organizações das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, dados divulgados em 2024 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com base em informações oficiais, revelam que todas as modalidades de violência contra as mulheres cresceram no país, entre 2022 e 2023. Entre as vítimas do feminicídio, 63,6% são mulheres e meninas negras. 71,1% entre 18 e 44 anos. 64,3% foram mortas dentro da própria residência. 90% dos assassinos de mulheres são homens (63% parceiros íntimos, 21,2% ex-parceiros íntimos e 8,7% familiares).
“O feminicídio é uma das facetas da misoginia, expressão que designa a manifestação de ódio ou aversão contra mulheres e meninas”, explica a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes. “E, dentre as várias formas que a misoginia se manifesta, estão as violências físicas, psicológicas, econômicas e simbólicas, por meio de ataques à figura feminina”, completa. “Por isso, a realização desse período de ativismo é tão importante, porque ainda precisamos nos mobilizar, como sociedade organizada, para combater a violência de gênero, que perpassa todos os ambientes que mulheres e meninas frequentam”, ressalta.
“A escolha de iniciar o movimento no dia 20 de novembro ocorreu porque as mulheres negras, infelizmente, ainda são maioria entre as vítimas da violência de gênero no país”, explica Fernanda Lopes. “Além de estarem entre a maioria das vítimas de feminicídio, são as mais atingidas pela desigualdade racial de rendimentos”, completa, se referindo ao recente boletim divulgado na última semana pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
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